quarta-feira, 6 de maio de 2015

Dia do Trabalhador Punk


Dia do Trabalhador Punk

Banda de Congo Mestre Tagibe, de Cariacica/ES


O Movimento Anarcopunk do Espírito Santo (MAP-ES) realizou, pelo oitavo ano consecutivo, os manifestos do Dia do Trabalhador, na Concha Acústica do Parque Moscoso, das 9 às 20 horas, em Vitória.

Desta vez, os protestos se estenderam também para o dia 2, ampliando a reflexão e troca de ideias com muito som afropunk, no Bar do Gilson, em Cariacica, e depois, dia 3, na vila de pescadores de Santa Cruz, Aracruz/ES, interagindo com a cultura indígena e com a comunidade local.

Os protestos buscaram "a diversidade cultural com reflexão". Participaram das ações o MAP-SP representado pelos integrantes das bandas 100 Verba e Revolta Popular, e o MAP-BH, representado por Ameba, vocalista da banda Ataque Epilético.



O evento foi realizado com apoios individuais e das ongs FAS/ES e Oficina Base. Os grupos afropunk de São Paulo e Ameba, representante do MAP-BH, vieram por conta própria e hospedaram-se na casa de companheiros que abriram suas portas. Além disso, vários anarcopunks contribuíram com parte das despesas de viagem dos grupos.

Assunto corrente nos debates e conversas, a diversidade cultural foi entendida como uma importante forma de resistência dos seguimentos violentados, como negros, indígenas, mulheres, homossexuais e minorias sociais.

Participaram do encontro no Parque Moscoso os integrantes da banda de Congo Mestre Tagibe, de Cariacica; os Oficineiros de Aracruz/ES, com artefatos da cultura indígena das tribos do Piraqueaçu; os anarquistas de Cachoeiro de Itapemirim/ES, representados pelo companheiro anarquista Bernard Almeida; a banda Força Cega, com seu trabalho experimental; o MAP-SP com as bandas 100 Verba e Revolta Popular; o MAP-BH com Ameba.

Banda 100 Verba MAP-SP no Bar do Gilson,
no dia 2 de maio


Banda RHC MAP-ES, na Concha Acústica, no dia 1º de maio


O evento recebeu também a professora Joana D'Arc Fernandes Ferraz da Universidade Federal Fluminense-UFF, que conversou com o público sobre o processo capitalista da terceirização de trabalhadores.


A professora é titular do Universidade Federal Fluminense
e deslocou-se ao ES especialmente para participar das

manifestações do Dia do Trabelhador no Parque Moscoso.

Foi oferecido um almoço comunitário aos artistas e demais pessoas que quisessem se alimentar. Houve atendimento médico no local, com ambulância e profissionais de saúde para a aferição da pressão arterial e realização de testes de glicemia e AIDS.

Este encontro foi muito importante para o MAP pois foram firmadas várias ações futuras: a criação de um zine BH/SP/ES, a gravação de um disco das bandas Ataque Epilético-BH, 100 Verba-SP, Revolta Popular-SP, RHC-ES e Cotovelo de Cobra-SP, e a realização de um encontro regional anarcopunk em Santa Cruz, Aracruz/ES.



Protesto e ação social com reflexão: minorias representadas e
autônomas com resistência através de sua expressão cultural.

As manifestações e trocas de ideias só aconteceram graças aos esforços individuais e de grupos que se dedicaram em tempo e discernimento em prol de toda sociedade, pois tudo foi feito em razão de uma sociedade livre dos abusos do Estado e da discriminação e preconceito.

Quem foi ao Parque Moscoso e ao Bar do Gilson para assistir a shows de bandas punk, teve contato com muito mais... deparou-se com um movimento social em plena atividade, que sabe criticar, debater e posicionar-se como corpo numa estrutura social falida e insustentável.



Banda Revolta Popular MAP-SP,
na Concha Acústica, dia 1º de maio

Contribuíram com o evento a Ong FAS/ES, Oficina Base, PMC, e diversas pessoas que, de forma individual ocuparam espaço e souberam agir coletivamente.

Com muita ação punk... até as próximas Palhetadas do Rock!


Companheiro Ameba, de BH, em sua participação
nos protestos do 1º de Maio









Seu Gilson

Henrique Viana

Família do anarcopunk Machado,
morto pela violência da cidade insustentável

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Carnapunk em Cariacia



Carnaval Punk em Cariacica
Ricardo Amaro, Gustavo Fraga, Osvaldo, Paulo Henrique Oliveira, Julian Oliveira e Juninho, organizadores do Carnapunk em Cariacica

Punks capixabas vão realizar o primeiro encontro de 2015 com o Carnapunk, em Cariacica, dia 7, sábado. No encontro, haverá a apresentação do documentário da americana Tamra Gilbertson, show com bandas punk capixabas, encenação de esquete da peça teatral "O Criminoso" e leituras dramáticas de poesias e crônicas, além de ter a presença maciça dos velhos punks da década de 80 e dos amantes do underground.

O Carnapunk deste ano terá as bandas Ferida Exposta, ícone punk capixaba, citada no livro "ABZ do Rock Brasileiro", de Marcelo Dolabela, e a banda Resistência Hardcore, esta em atividade desde 1989, além das bandas A Arma, com seu hardcore pesado, e Kiko, vocalista da banda Brígida D'La Penha, violão e voz. A banda A Metamorfose é a única banda cover, e vai tocar Raul.

Paulo Henrique Oliveira com sua banda Resistência Hardcore (RHC)

O Carnapunk é uma alusão ao Carnaval Revolução que aconteceu na cidade de Belo Horizonte nos anos 2000. Lá foram realizadas seis edições de encontros da juventude anarquista e punk em que debateram temas sociais, políticos e culturais.


Leituras, teatro e documentário

Os anarcopunks Jack Zoopatia e Leonardo Henrique vão fazer leituras dramáticas de crônicas e poesias de temática punk. Ainda, Paulo Henrique Oliveira, um dos organizadores do evento, fará a encenação de um esquete da peça "O Criminoso", com seu companheiro, ator e diretor de teatro, Ricardo Amaro.

Ricardo Amaro, diretor e ator de teatro, e Gustavo Fraga, guitarrista da banda Resistência Hardcore vão apresentar seus talentos no Carnapunk em Cariacica

O documentário que será apresentado é de autoria da americana Tamra Gilbertson, fruto de sua vinda ao Espírito Santo em 2014 para prestigiar e registrar as atividades do grupo anarcopunk no 4º Pedal Contra o Pré-Sal.

Tamra é membro da ONG internacional Carbon Trade Wathc, ONG que luta contra as mazelas da indústria petroleira. A apresentação do vídeo vai possibilitar o debate do tema e o início do planejamento para o 5º "pedal", que será realizado, desta vez, em direção ao litoral sul do Estado.

Já foram realizados quatro "pedais" para o Norte, todos organizados por pessoas ligadas ao movimento anarcopunk capixaba. Em 2014, os ciclistas pedalaram de Vitória a Regência, em Linhares, conscientizando as comunidades pesqueiras e ribeirinhas dos resultados da exploração de petróleo. Participaram cerca de 25 pessoas.

Outro objetivo importante do Carnapunk é possibilitar a organização das ações que o Movimento pretende implementar em 2015, como as comemorações do Dia do Trabalhador (1º de Maio), realizada todo ano desde 2003 na concha acústica do Parque Moscoso, em Vitória, e os eventos de 7 de Setembro. Nesses eventos, sempre há a apresentação de bandas punk, oficinas culturais e integração de variados movimentos urbanos.


ENTREVISTA COM PAULO HENRIQUE OLIVEIRA (LINGUIÇA), UM DOS ORGANIZADORES DO EVENTO

Paulo Henrique Oliveira,
um dos organizadores
do Carnapunk

Palhetadas - O que significa este Carnapunk?

PHO - Este Carnapunk é um embrião do Carnaval Revolução realizado em Belo Horizonte, mas está longe de sê-lo, pelo menos a curto prazo, mas a longo prazo, quem sabe poderemos alcançar aquela dimensão.

Palhetadas - O que vocês pretendem debater nesse dia?

PHO - Pretendemos trabalhar vários temas, principalmente aqueles em que estamos inseridos, como o movimento do pedal contra o pré-sal, que vai para sua quinta edição.

Palhetadas - Como é realizado o pedal?

PHO - O pedal é um movimento que circula o litoral capixaba. Já fizemos quatro vezes para o Norte do estado, agora pretendemos fazer para o sul. São várias pessoas pedalando em prol do meio ambiente, contra a exploração de gás e petróleo, e contra todos os danos gerados pelas petroleiras. Nesse movimento, nós denunciamos esses impactos. Isso nos ajuda a manter a organicidade do Movimento Anarcopunk como um todo.

Palhetadas - Com quais outros eventos vocês estão ligados?

PHO - Um outro evento que realizamos é o "1º de Maio", Dia do Trabalhador, que é uma data em que os punks anarquistas do Espírito Santo já vêm se mobilizando desde do início dos anos dois mil, precisamente 2003. Nós o realizamos no Parque Moscoso. De lá pra cá, foram oito edições.

Palhetadas - O que pretendem alcançar com o Carnapunk?

PHO - Nosso foco principal é esse, mobilizar punks e simpatizantes em torno da questão da degradação causada pela exploração do petróleo em nosso Estado. Vamos exibir o filme/documentário do "pedal" de 2014, feito pela companheira Tamra Gilbertson e debater o tema, planejando o pedal desse ano e preparar o 1º de Maio junto com outros companheiros que compõem essa atividade.

Palhetadas - Ainda existe um Movimento Punk?

PHO - O Movimento Punk ainda expressa muita resistência no Brasil, principalmente em São Paulo e no Sul do país, mas não como era na década de 90 e até meados de 2000. O movimento se fragmentou, mas muitos dos punks estão com outra linha de atuação, em outros movimentos, mas sem perder sua identidade.

Paulo Henrique Oliveira com a
banda Resistência Hardcore no
Encontro da Internacional Anarcopunk - IAP,
na cidade de São Paulo, em 2011
Palhetadas - Onde estão os Punks?

PHO - Hoje temos punk no MST, no Movimento dos Sem Teto, no MPL, nas organizações sindicais, em vários movimentos sociais, trabalhando com ONGs... Mas pela decadência de nosso movimento, muitos foram participar de organizações sociais com mais densidade, com mais legitimidade. Mas mesmo assim, tendo nossas questões, nossos problemas, agregamos muitas pessoas que atuam em movimentos de moradia e ocupação. Como o movimento punk em São Paulo, com muita expressão, muita atividade, mobilizando-se contra o aumento das passagens de ônibus, contra o racismo, contra a homofobia, a favor da diversidade. Eles têm várias sedes em São Paulo que são casas ocupadas, tendo muita atuação no meio cultural, como capoeira, bandas de punk rock, gestão de espaços. No Sul do país também temos o Movimento Casa Ocupada e o Quilombo das Negras.

Palhetadas - Mas e o Movimento Punk no ES?

PHO - No ES nosso movimento tem uma proporção das maiores do Brasil, considerando-se o tamanho da capital e a diversidade de pessoas que participam. Infelizmente o dia-a-dia, a dispersão, não possibilita ao Movimento o crescimento desejável, mas quando o pessoal resolve se juntar, como para o evento Carnapunk, o 1º de Maio e o Sete de Setembro, as coisas acontecem, como nas manifestações, como foi no caso do movimento "vem pra rua", onde participamos ativamente. Tivemos uma participação muito importante no debate.

Palhetadas - Como é ser Punk hoje?

PHO - Hoje não atuamos mais como nas décadas passadas, com aquele estereótipo do punk com moicano e correntes. Hoje encontramos o punk como uma pessoa comum também, porque é uma pessoa comum. O "visual" teve um período de decadência, transformando-se num nicho do mercado capitalista. Hoje o punk não precisa ter uma estética, um visual pra ser punk. Deve sim seguir sua ideologia, o seu compromisso. Isso já é o bastante, mas eu ainda preservo muito essa questão do visual, de não usar roupas de marca. Também quem circula em nosso meio mantém essa característica de visual livre de marcas e propagandas, com comportamento anti imperialista e anti capitalista. Apesar de vivermos num mundo capitalista e termos família, tentamos driblar essa condição de "escravos do sistema", tentamos inverter o máximo possível. Então, o punk, aqui, está muito inserido em seu próprio espaço. Temos punks em Vila Velha, uns quatro ou cinco, mas que fazem diferença em seu cotidiano, em Cariacia, na Serra, em Aracruz, em Guaçui, Colatina e Cachoeiro de Itapemirim. Então, não há uma unidade punk forte, mas estamos buscando uma organicidade maior.


CARNAVAL REVOLUÇÃO

O Carnaval Revolução foi um movimento da juventude anarquista e punk no inicio dos anos dois mil. Foram seis edições realizadas na cidade de Belo Horizonte nos dias de Carnaval. Neles era realizado o "Carnaval Revolução" que era divulgado no Brasil e no exterior como um encontro punk e anarquista. Participavam representantes do movimento de bandas de punk rock nacional, do teatro anarquista e simpatizantes. Paulo Henrique Oliveira (Linguiça) participou com o Grupo Motim de teatro, do qual fez parte, no ano de 2002. "Nos dias de carnaval, saíamos fantasiados, com tambores e outros instrumentos acústicos. Mas nosso objetivo era o debate do modo de vida da sociedade consumista", diz. No encontro, refletiam sobre temas globais como questões ambientais, políticas, alimentação, etnias, habitação e a organização do próprio movimento anarcopunk. O evento era preparado pelos jovens ligados ao movimento punk local, como os componentes das bandas Ataque Epiléptico e Desespero, que eram punks anarquistas e vegetarianos. Todas as edições foram realizadas em Belo Horizonte/MG. Os participantes, de todo o Brasil e visitantes do exterior, ficavam alojados em escolas onde eram realizadas várias oficinas culturais e de política social.

QUANDO E ONDE?

O Carnapunk vai acontecer no dia 07 de fevereiro, sábado, no Bar do Gilson, Rua Jerusalém, 14, bairro Oriente, Cariacica (rua da Faesa, atrás da prefeitura municipal), a partir das 16 horas. Será cobrado ingresso no valor de R$ 5,00. O dinheiro arrecadado será usado para custear a vinda de uma banda punk de São Paulo para apresentar-se no Dia do Trabalhador, no Parque Moscoso, em Vitória.

QUEM É PAULO HENRIQUE OLIVEIRA

Paulo Henrique Oliveira, 43, faz parte do Movimento Punk capixaba desde o final da década de 80, quando passou a acompanhar as bandas punk da época. Em seu percurso, fez parte da banda Resistência Hardcore e do grupo Motim de teatro. Hoje, atua difundindo políticas sociais sustentáveis, trabalhando em parceria com ONGs e organizações sociais. Paulo Henrique é Técnico de Meio Ambiente.

É Punk!

Paulo Henrique Oliveira, 43, faz parte do Movimento Punk capixaba desde o final da década de 80, quando passou a acompanhar as bandas punk da época. Em seu percurso, fez parte da banda Resistência Hardcore e


Paulo Henrique Oliveira no Dia Contra a Mono Cultura no quilombo de Linharinho, em Conceição da Barra -  ato do Novembro Anarcopunk, em 2011

Paulo Henrique Oliveira representou o Movimento Anarcopunk capixaba no Festival de Inverno da cidade de Ouro Preto, em  2010 - foto na galeria tematica Clube da Esquina

Paulo Henrique Oliveira, anrcopunk desde o final da década de 80

Paulo Henrique Oliveria, vocalista da banda Resistência Hardcore

Paulo Henrique Oliveira, o Linguiça

Ricardo Amaro, Gustavo Fraga, Oswaldo, Paulo Henrique Oliveira e Juninho, organizadores do Carnapunk em Cariacica



domingo, 5 de outubro de 2014

Roda de Pogo, a Dança Punk

Roda de Pogo,
a Dança Punk

Tirinha de Pedro de Luna


Nossa jornada underground não tem fim...

Esqueletos do passado levantam-se vestindo camisetas de rock, braceletes de couro e metal, cabelos em moicano e calças rasgadas, e pogam para contar suas histórias e estórias vividas, as quais registram a cena underground na "brejeira" Big Field dos anos 80 e 90...

Não é sobrenatural... é Punk!

Oh yeah... também chamado de mosh, o pogo é uma dança Punk inspirada no som rápido do hardcore.

Aqui nas Palhetadas, nossa roda de pogo é de conversa mesmo...

Nos links abaixo, ouçam o "piloto" das edições das Rodas de Pogo das Palhetadas do Rock...

Um aviso: não deu para editar o fundo musical, mas as falas são muito boas... as próximas edições serão melhoradas.



Quando os Punks apanharam
da "racinha" de Teci
com Paulo Buscapé, Jack Zoopatia e Alessandro Nicacio





Corre que o "chermano" vem aí
com Paulo Buscapé, Jack Zoopatia e Alessandro Nicacio



Um grande abraço do seu editor do underground...

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Chega de ensaio, agora é pra valer

Bandas Punks do ES ensaiam há vinte anos


No banner comemorativo, mais de vinte anos de história da cena underground capixaba

Oh yes, sedentos of punk rock, saibam a verdade...

Poucas vezes os punks capixabas, e eu conheço alguns, foram a estúdio gravar suas músicas, mesmo tendo qualidade em letras e harmonias, arranjos de talento e apresentações em palco muito boas.

Como exemplo podemos citar a banda Harmonia Turbulenta, de Vila Velha - seguem dois links de vídeos gravados em local de ensaio, esta semana, com som ambiente, mesmo assim dá pra ter uma ideia da qualidade musical desses caras.

Banda Harmonia Turbulenta: mais de 150 músicas e nenhum registro em estúdio profissional

Agora chega, o Harmonia jurou que vai gravar seus trabalhos que datam da década de 80, sendo mais de 150 músicas que continuam atuais em suas propostas musicais e políticas. 

Assim, vão seguir os mesmos passos do Harmonia as bandas Zoopatia e o RHC, de Cariacica.

Zoopatia: apenas 01 CD gravado, ainda assim, sem os componentes originais

Pioneiros na arte do protesto, não nos espanta que desde aquela época os punks já lutavam contra as mazelas do desenvolvimento sobre o meio ambiente.

Para os punks isso nunca foi novidade. Sempre tiveram posicionamento em relação a tantos outros temas importantes na sociedade industrial, temas esses que só passaram a chamar a atenção das pessoas comuns nos anos 2000.

Tal legado merece, sim, registro, nas letras de músicas como "O que vamos fazer com o lixo" e "Motosserra", ambas de Noé Filho.

Nos vídeos abaixo temos Noé Filho na guitarra e vocal, Gustavo Fraga, no baixo, e Léo Aranha na bateria, executando a música Índole Indireta, a primeira, e Memórias, a segunda, gravadas esta semana por este seu editor.



Eu decido o que é melhor pra mim
E quais os caminhos que devo seguir
Não adianta nem pedir
Porque o que eu quero, eu já decidi
Não me diga o que eu já sei...
(Índole Indireta)

Com estilo musical fortemente influenciado pelas bandas nacionais da década de 80, o Harmonia traz em suas letras o quotidiano da juventude que saía às ruas pra viver, protestar, beber e assistir a shows em rodas de poga.
Quando a gente se encontrava lá no calçadão
Em frente ao palácio pra reunião
Pegava o trem e viajava em outra direção...
(Memórias)

Mas agora, já não dá mais pra acompanhar o ritmo das massas, tá todo mundo cansado...

Agora, galera, só no estúdio...

Paulo Henrique, vocalista do RHC não abre mão de registrar as músicas da banda em estúdio: "vamos registrar em vinil", afirma

Vamos às rodas de poga, só assistir e tomar uns tragos...

Do seu editor fucker rocker...

Até a próxima!


CARAVANA PUNK ES: o elo perdido da cultura underground

CARAVANA PUNK ES: o elo perdido da cultura underground


No túnel do rock tempo: Osvaldo, Márcio Malacarne, Paulo Henrique (Linguiça) e Gustavo, das bandas Resistência Hard Core - RHC e Harmonia Turbulenta


A CARAVANA PUNK é um encontro itinerante transcultural, agregador de toda e qualquer manifestação artística autêntica para disseminação da cultura marginal, popular e/ou de rua.

Do meio musical juntaram-se as bandas punk Zoopatia, Resistência Hard-Core, Ferida Exposta, Harmonia Turbulenta, Últimos Humanos e Atentado ao Pudor.

Do meio das artes visuais e literárias juntaram-se Luciano Negão (artista plástico), Alberto Vidal (monografista da temática underground), Jacques Mota (jornalista e escritor), Márcia Moscom (malabarista, administradora e possível participante do BBB) e Henrique Viana (poeta).

Abaixo, a banda Ferida Exposta, na cena punk rock desde 1983.


Essa articulação busca ocupar espaços privados e principalmente públicos para mostras culturais custeadas ora por recursos próprios, ora por recursos públicos.

A CARAVANA PUNK ES é o resultado de um processo de reflexão contínua sobre a cena underground capixaba e seu papel na formação e consolidação da cultura local.

Sua concepção contou com a participação ativa de membros do movimento alternativo da cena cultural local, principalmente da música, tendo em vista ser um fator aglutinador em qualquer movimento de rua.

Parte dos integrante da CARAVANA PUNK ES em confraternização no Bar do Gilson, em Cariacica/ES

Para consolidar a CARAVANA PUNK ES diversas atividades foram realizadas com a intenção de fomentar a reflexão e de trazer à discussão temas sobre a produção cultural local e também de levar à ação artistas e ativistas da cultura alternativa capixaba, na tentativa de ampliar esse novo movimento cultural, estabelecendo metas e ações possíveis dentro do cenário atual.
Banda Atentado ao Pudor, desde 1989 fazendo parte da movimentação dos punks loucos

Espera-se, muito além de uma reunião de pessoas interessadas, que a CARVANA PUNK ES possa alavancar qualquer renovação de cultura e possa unir-se a organizações e movimentos sociais que também busquem objetivos semelhantes.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O petróleo com os dias contados! Ou seremos nós?



O petróleo com os dias contados!
Ou seremos nós?
Na cidade de Vitória/ES, em frente à pomposa sede da Petrobrás, pode-se registrar uma significativa manifestação popular contra a produção e o consumo desenfreado de petróleo e gás.
Estudantes, jornalistas, professores, representantes de organizações sociais e artistas realizaram ato contra a indústria do petróleo que é acusada de provocar a devastação do meio ambiente e a afetação de comunidades e milhões de pessoas com sua atividade exploratória.
O grupo, organizado pela FASE/ES, pede a cessação imediata da perfuração da camada do pré-sal dizendo “nenhum poço a mais” e questiona: “para quem é produzida toda essa energia?”.
Após o manifesto com faixas, panfletos e muita batucada, o grupo tomou suas bicicletas e iniciou o 2º Pedal contra o pré-sal, que partiu de Vitória e tem ponto de chegada na cidade de Conceição da Barra, onde serão recebidos pelos membros da escola de formação política e ambiental quilombola.
De acordo com Daniela Meireles, técnica da FASE/ES, o objetivo do pedal é mapear as regiões no litoral norte capixaba que recebem os reflexos da exploração petrolífera, além de conscientizar e agregar outras pessoas aos objetivos do grupo.
“Vamos mapear os impactos do petróleo nas regiões afetadas, identificando e acolhendo as pessoas afetadas, e denunciar as compensações irrisórias que distribuem para calá-las”, diz Daniela.
De acordo com a técnica, uma das maiores motivações para a realização do movimento é o aquecimento global que, segundo ela, tem como principal responsável a queima de combustíveis fósseis. “O Brasil está na contra mão do mundo. Nosso movimento contra a exploração do petróleo está sendo realizado em todos os países da América Latina. É um debate que deve ser feito agora porque nossa vida está por um triz”, alerta, dizendo que um dos slogans do grupo é “nenhum poço a mais”.


Pedaladas pela vida
O grupo de voluntários que iniciou a pedalada em Vitória na manhã do dia 25/02, por volta das 11h, rumo à cidade de Conceição da Barra, vai pedalar cerca de 400 km até a chegada.

Sua primeira parada para descanso e diagnóstico está prevista para acontecer nesse mesmo dia, na cidade de Aracruz, precisamente na praia de Coqueiral de Aracruz. O grupo planeja descansar à beira de praias, nas comunidades ribeirinhas, sempre em contato direto com as comunidades.
Em seu trajeto, pretendem identificar as comunidades afetadas pelos grandes projetos de desenvolvimento e ampliar a mobilização que já foi iniciada desde o 1º Pedal contra o pré-sal, realizado em janeiro de 2012.
“Vamos ampliar essa rede de aliança e resistência a partir do diagnóstico dos impactos sócioambientais e conscientizar as comunidades afetadas”, afirma Paulo Henrique, técnico da FASE/ES.
Nesse mesmo dia o grupo realizará contatos com o SINTICEL - Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel, Celulose e Químicas do ES, com o SUPORT – Sindicato dos Trabalhadores Portuários do Espírito Santo e com a Associação dos Pescadores de Barra do Riacho para fortalecer essa aliança.

domingo, 27 de janeiro de 2013

CARAVANA LIBERTÁRIA NO CARNAVAL DE VITÓRIA

Caravana libertária no carnaval de Vitória




Recuperados da ressaca de Ano Novo e em pleno alto verão a Caravana Punk ES anuncia seu próximo evento.

Agora os punk rockers vão se reunir na cidade de Vitória numa manifestação multicultural provando que a cena underground não vai dar mole pro carnaval.

As seis bandas (Últimos Humanos, Zoopatia, Resistência Hard Core, Ferida Exposta, Harmonia Turbulenta e Atentado ao Pudor) vão apresentar-se na Praça do Bairro Santa Teresa, reduto do samba, no dia 2 de fevereiro, das 16 às 22 horas.


Além das bandas teremos um sarau poético com o poeta e escritor libertário Vander Costa, que vai recitar poesias de seu livro "Eu feito de nós", e Alberto Vidal, monografista da temática punk, vai contar um pouco da história do movimento punk no Espírito Santo.


Além disso, Paulo Henrique, componente do Grupo Motim de Teatro vai encenar a peça "Ópera Punk".

Também está programada uma oficina de esperanto com o professor Renê Malacarne, uma mostra de quadros do artista Henrique Viana e exposição de materiais anarco punks como zines, textos livres, camisetas e gravuras por Luciano Negão, artista plástico e professor de Artes Plásticas.


O evento contará também com a exibição do vídeo "Fórum dos afetados por petróleo e gás no ES", que trata da questão política e ambiental que envolve a produção de derivados de hidrocarbonetos no Estado.


A Caravana Punk ES é uma iniciativa cultural de auto gestão com base ideológica anarco punk, cujo objetivo é estimular o poder de reflexão das pessoas a partir de toda forma de representação artística, seja música, pintura, poesia, dança ou teatro, ocupando espaços públicos e privados.