sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Chega de ensaio, agora é pra valer

Bandas Punks do ES ensaiam há vinte anos


No banner comemorativo, mais de vinte anos de história da cena underground capixaba

Oh yes, sedentos of punk rock, saibam a verdade...

Poucas vezes os punks capixabas, e eu conheço alguns, foram a estúdio gravar suas músicas, mesmo tendo qualidade em letras e harmonias, arranjos de talento e apresentações em palco muito boas.

Como exemplo podemos citar a banda Harmonia Turbulenta, de Vila Velha - seguem dois links de vídeos gravados em local de ensaio, esta semana, com som ambiente, mesmo assim dá pra ter uma ideia da qualidade musical desses caras.

Banda Harmonia Turbulenta: mais de 150 músicas e nenhum registro em estúdio profissional

Agora chega, o Harmonia jurou que vai gravar seus trabalhos que datam da década de 80, sendo mais de 150 músicas que continuam atuais em suas propostas musicais e políticas. 

Assim, vão seguir os mesmos passos do Harmonia as bandas Zoopatia e o RHC, de Cariacica.

Zoopatia: apenas 01 CD gravado, ainda assim, sem os componentes originais

Pioneiros na arte do protesto, não nos espanta que desde aquela época os punks já lutavam contra as mazelas do desenvolvimento sobre o meio ambiente.

Para os punks isso nunca foi novidade. Sempre tiveram posicionamento em relação a tantos outros temas importantes na sociedade industrial, temas esses que só passaram a chamar a atenção das pessoas comuns nos anos 2000.

Tal legado merece, sim, registro, nas letras de músicas como "O que vamos fazer com o lixo" e "Motosserra", ambas de Noé Filho.

Nos vídeos abaixo temos Noé Filho na guitarra e vocal, Gustavo Fraga, no baixo, e Léo Aranha na bateria, executando a música Índole Indireta, a primeira, e Memórias, a segunda, gravadas esta semana por este seu editor.



Eu decido o que é melhor pra mim
E quais os caminhos que devo seguir
Não adianta nem pedir
Porque o que eu quero, eu já decidi
Não me diga o que eu já sei...
(Índole Indireta)

Com estilo musical fortemente influenciado pelas bandas nacionais da década de 80, o Harmonia traz em suas letras o quotidiano da juventude que saía às ruas pra viver, protestar, beber e assistir a shows em rodas de poga.
Quando a gente se encontrava lá no calçadão
Em frente ao palácio pra reunião
Pegava o trem e viajava em outra direção...
(Memórias)

Mas agora, já não dá mais pra acompanhar o ritmo das massas, tá todo mundo cansado...

Agora, galera, só no estúdio...

Paulo Henrique, vocalista do RHC não abre mão de registrar as músicas da banda em estúdio: "vamos registrar em vinil", afirma

Vamos às rodas de poga, só assistir e tomar uns tragos...

Do seu editor fucker rocker...

Até a próxima!


CARAVANA PUNK ES: o elo perdido da cultura underground

CARAVANA PUNK ES: o elo perdido da cultura underground


No túnel do rock tempo: Osvaldo, Márcio Malacarne, Paulo Henrique (Linguiça) e Gustavo, das bandas Resistência Hard Core - RHC e Harmonia Turbulenta


A CARAVANA PUNK é um encontro itinerante transcultural, agregador de toda e qualquer manifestação artística autêntica para disseminação da cultura marginal, popular e/ou de rua.

Do meio musical juntaram-se as bandas punk Zoopatia, Resistência Hard-Core, Ferida Exposta, Harmonia Turbulenta, Últimos Humanos e Atentado ao Pudor.

Do meio das artes visuais e literárias juntaram-se Luciano Negão (artista plástico), Alberto Vidal (monografista da temática underground), Jacques Mota (jornalista e escritor), Márcia Moscom (malabarista, administradora e possível participante do BBB) e Henrique Viana (poeta).

Abaixo, a banda Ferida Exposta, na cena punk rock desde 1983.


Essa articulação busca ocupar espaços privados e principalmente públicos para mostras culturais custeadas ora por recursos próprios, ora por recursos públicos.

A CARAVANA PUNK ES é o resultado de um processo de reflexão contínua sobre a cena underground capixaba e seu papel na formação e consolidação da cultura local.

Sua concepção contou com a participação ativa de membros do movimento alternativo da cena cultural local, principalmente da música, tendo em vista ser um fator aglutinador em qualquer movimento de rua.

Parte dos integrante da CARAVANA PUNK ES em confraternização no Bar do Gilson, em Cariacica/ES

Para consolidar a CARAVANA PUNK ES diversas atividades foram realizadas com a intenção de fomentar a reflexão e de trazer à discussão temas sobre a produção cultural local e também de levar à ação artistas e ativistas da cultura alternativa capixaba, na tentativa de ampliar esse novo movimento cultural, estabelecendo metas e ações possíveis dentro do cenário atual.
Banda Atentado ao Pudor, desde 1989 fazendo parte da movimentação dos punks loucos

Espera-se, muito além de uma reunião de pessoas interessadas, que a CARVANA PUNK ES possa alavancar qualquer renovação de cultura e possa unir-se a organizações e movimentos sociais que também busquem objetivos semelhantes.